quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DICAS SOBRE CURRÍCULO

Carta de apresentação em currículo é dispensada

MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO

Enviar uma carta de apresentação com o currículo, antes visto como diferencial, agora é irrelevante, na avaliação de consultores de RH.

Ela é descartada por 89% dos selecionadores, segundo levantamento da Right Management feito de junho a agosto deste ano com 76 recrutadores, obtido com exclusividade pela Folha.
Para especialistas, as cartas, ao serem padronizadas, perderam a importância.
Gianne Carvalho/Folhapress

Currículo pode se adapatar às exigências da vaga; Letícia Novaes conseguiu emprego com currículo fora do padrão.

Assim como a autoavaliação. "Aceitamos apenas a de jovens que acabam de chegar ao mercado, por não terem muitos resultados para expor", diz Marisa Silva, consultora da Career Center.
Os principais pontos a serem destacados, orientam, são realizações e resultados.
O formato do documento pode variar. Cargos menos conhecidos e mais técnicos pedem modelo dissertativo, e não em tópicos -o preferido dos selecionadores-, diz João Paulo Camargo, diretor da consultoria Asap, de recrutamento de executivos.
A redação também pode se adequar ao perfil do cargo. Ao concorrer a vaga de apresentadora de TV, Letícia Novaes, 28, criou um texto com experiências pessoais, contando até que se achava nariguda. Ganhou o cargo, que exigia criatividade.

Perfil virtual também é avaliado em seleções

DE SÃO PAULO

Ter um perfil em redes de relacionamento, principalmente nas profissionais como o LinkedIn, faz diferença para 1 em 4 avaliadores. É o que mostra o levantamento realizado pela Right Management neste ano.
Carta de apresentação em currículo é dispensada
"O uso da internet muda muito [a seleção] porque você consegue ver como as pessoas se relacionam e se expressam e que assuntos elas buscam na rede", afirma Giuliana Hyppolito, consultora de recursos humanos do grupo de recrutamento DMRH.
A recomendação de especialistas é acrescentar o endereço eletrônico do perfil profissional no currículo.
As informações no mundo virtual, assim como no documento impresso de apresentação, devem ser resumidas, com o uso de palavras-chave que tornem o candidato um alvo fácil para pesquisas de recrutadores na rede.
A concisão é ponto importante para consultores e analistas, que dispõem de menos tempo para se dedicar à análise curricular. Para 79% dos entrevistados, o número de páginas do documento segue a máxima "uma é pouco, duas é bom e três é demais".
Mas não vale diminuir a fonte do texto e as margens para colocar mais dados. "[O currículo] deve ter uma forma atraente", destaca Hamilton Teixeira, sócio da DRH - Talent Search. Segundo ele, a diagramação do documento é fator essencial para chamar a atenção do leitor.
SEM POESIA
O candidato deve deixar a poesia de lado. Nem mesmo a prosa tem agradado aos recrutadores. O formato preferido pela maioria deles (80%) ainda é o texto dividido em tópicos, também chamados "bullet points".
"O texto em itens é mais claro. Às vezes, a gente vê nos tópicos detalhes sobre o que foi realizado no último cargo ocupado que não aparecem em um texto dissertativo", esclarece Hyppolito.
Entre essas informações devem estar o nome fantasia, o faturamento médio e a área de atuação da empresa. Especialistas também indicam acrescentar a razão social.
"Existem muitas empresas cuja marca não é tão conhecida, mas que faturam milhões. [Colocar a razão social] ajuda a conhecer o peso do profissional", diz Fábio Padovani, associado sênior da 2GET, de recrutamento.
SALA DE AULA
Os cursos de graduação e de pós-graduação, como especialização, mestrado e doutorado, mesmo que não concluídos, ainda têm mais peso que os de atualização de curta duração, mais voltados para as demandas de mercado, sinaliza Mylene Mitrullis, consultora sênior da Amrop Panelli Motta Cabrera Executive Search, de recrutamento de executivos.
"A vida acadêmica revela que a pessoa tem investimentos em cursos de longo prazo, de formação tanto pessoal como profissional", assinala a especialista.

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